quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nossa felicidade de cada dia!

A maioria das pessoas, quando são questionadas sobre o assunto, dizem: "Não existe felicidade, existem apenas momentos felizes". É o que eu pensava quando habitava a caverna dos meus 17 anos, para onde não voltaria nem puxada pelos cabelos. Era angústia, solidão, impasses e incertezas para tudo quanto era lado, minimizados por férias na praia,noites com amigos e namoros escondidos. Os tais momentos felizes.
Adolescente é buzinado dia e noite: tem que estudar para o vestibular, aprender inglês, usar camisinha, dizer não às drogas, não beber, dar satisfação aos pais, ler livros que não quer e administrar dezenas de paixões fulminantes e rompimentos. Não tem grana para ter o próprio canto, costuma deprimir-se de segunda a sexta e só se diverte aos sábados, em locais onde sempre tem fila. É o apocalipse. Felicidade, onde está você? Já, na casa dos 30 e sua vizinhança.
Está certo que surgem umas ruguinhas, a barriguinha que teima em salientar-se, mas é um preço justo para o que se ganha em troca. Pense bem: depois dos 30, você paga do próprio bolso o que come e o que veste. Vira-se no inglês, no frances, no italiano e no espanhol, e ai de quem rir do seu sotaque. Não tenta mais o suicídio quando um amor não dá certo, faz o que quer e na hora que quer, apaixonou-se por escrever, trocou sua mochila por uma Samsonite e não precisa da autorização de ninguém para assistir ao canal adulto. Talvez não tenha se tornado a bam-bam-bam que sonhou um dia, mas reconhece o rosto que vê no espelho, sabe de quem se trata e simpatiza com a cara.Depois que cumprimos as missões impostas no berço — ter uma profissão, casar e procriar — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossos defeitos. Somos os titulares de nossas decisões. A juventude faz bem para a pele, mas nunca salvou ninguém de ser careta. A maturidade, sim, permite uma certa loucura. Depois dos 35, estamos mais aptos a dizer que infelicidade não existe, o que existe são momentos infelizes.
Sai bem mais em conta não acha?

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